(Marx e Engels. A Sagrada Família)(ماركس و إنجلز). العائلة المقدسة)
A economia política que aceita as relações da propriedade privada como se fossem relações humanas e racionais move-se em uma constante contradição contra sua premissa fundamental, a propriedade privada, numa contradição análoga à do teólogo que interpreta constantemente as noções religiosas a partir de um ponto de vista humano e justamente através disso atenta sem cessar contra sua premissa fundamental, o caráter sobre-humano da religião. Assim, na economia política o salário se apresenta no princípio como a parte
proporcional que corresponde ao trabalho gasto no produto. O salário e o lucro do capital mantêm relações mútuas de amizade, aparentemente humanas, condicionando-se mutuamente. Mais tarde, porém, fica claro que a relação entre ambos é a mais hostil que possa existir, que se acham em relação inversa um com o outro. O valor parece ser determinado racionalmente no princípio, através dos custos de produção de uma coisa e através de sua utilidade social. Mais tarde, todavia, fica claro que o valor é uma determinação puramente casual, que não precisa guardar a menor relação nem com os custos da produção nem com a utilidade social da coisa produzida. O tamanho do
salário é determinado no início através do acordo livre entre o trabalhador livre e o capitalista livre. Mais tarde fica claro que o trabalhador é obrigado
a deixar que determinem o salário como quiserem, assim como o capitalista é obrigado a estipulá-lo em um patamar tão baixo quanto possível. O lugar da liberdade das partes contratantes é ocupado pela coação. E o mesmo ocorre com o comércio e com todas as outras relações da economia política. Os economistas políticos por vezes se dão conta, eles mesmos, dessas contradições, e o desenvolvimento delas constitui o conteúdo fundamental de suas lutas
recíprocas. Mas, quando tomam consciência dessas contradições, eles próprios atacam a propriedade privada sob uma forma parcial qualquer, declarando-a falseadora do salário racional em si – ou seja, conforme a sua noção de salário racional em si, de valor racional em si e de comércio racional em si. Dessa maneira, Adam Smith polemiza com os capitalistas de quando em vez, Destutt de Tracy com os banqueiros, Simonde Sismondi contra o sistema fabril, Ricardo contra a propriedade do solo e quase todos os economistas políticos modernos contra os capitalistas não industriais, para os quais a propriedade se manifesta como simples consumidora. Os economistas fazem valer, portanto, ora – ainda que em momentos de
exceção, nomeadamente quando atacam um abuso específico qualquer– a aparência do humano nas relações econômicas, ora – e essa é a regra geral – concebem essas relações justamente no aspecto em que se diferenciam aberta e declaradamente do humano, ou seja, em seu sentido estritamente econômico. Nessa contradição eles cambaleiam por aí, inconscientes.
(Marx e Engels. A Sagrada Família)
الاقتصاد السياسي الذي يقبل علاقات الملكية الخاصة كما لو كانت علاقات إنسانية وعقلانية يتحرك في تناقض دائم ضد فرضيته الأساسية، الملكية الخاصة، في تناقض يشبه تناقض عالم اللاهوت الذي يفسر باستمرار المفاهيم الدينية من إنسان وبعدل من خلال القيام بذلك بانتباه ضد فرضيتها الأساسية، الشخصية الخارقة للدين. هكذا في الاقتصاد السياسي يتم تقديم الأجور من حيث المبدأ كجزء
تتناسب مع العمل الذي يتم صرفه على المنتج. الأجور ومكاسب رأس المال تحافظ على علاقات إنسانية وودية متبادلة. ولكن بعد ذلك يتضح أن العلاقة بين الاثنين هي الأكثر عدائية يمكن أن تكون موجودة، أنهم يجدون أنفسهم في عكس اتجاه بعضهم البعض. يبدو أن القيمة تحدد بعقلانية من حيث المبدأ، من خلال تكاليف إنتاج شيء ما ومن خلال فائدته الاجتماعية. ولكن يتضح فيما بعد أن القيمة هي تحديد عرضي بحت، ولا يحتاج إلى أدنى علاقة سواء بتكاليف الإنتاج أو بالفائدة الاجتماعية للمنتج. حجم
الأجر يحدد مبدئيا بالاتفاق الحر بين العامل الحر والرأسمالي الحر. فيما بعد يتضح أن العامل مشكور
السماح لهم بتحديد الراتب كما يريدون، تمامًا كما يجبر الرأسمالي على وضعه على خطى أقل قدر ممكن. الإكراه تحتله حرية الأطراف المتعاقدة. وينطبق نفس الشيء على التجارة وكل علاقات الاقتصاد السياسي الأخرى. الاقتصاديون السياسيون يدركون أنفسهم أحيانًا هذه التناقضات، ويشكل تطورهم المضمون الأساسي لصراعاتهم
متبادلة. ولكن عندما يصبحون على دراية بهذه التناقضات، فإنهم أنفسهم يهاجمون الملكية الخاصة بأي شكل جزئي، ويعلنونها تزويرًا للأجر الرشيد في حد ذاته - أي وفقا لمفهومهم للأجر الرشيد نفسه، والقيمة العقلانية في حد ذاته، والتجارة الرشيدة في حد ذاته. هكذا يجادل آدم سميث مع رؤوس الأموال في الزمن، ديستوت دي تريسي مع المصرفيين، سيموندي سيسموندي ضد نظام المصنع، ريكاردو ضد ملكية الأراضي، وكل الاقتصاديين السياسيين الحديثين تقريباً ضد الرأسماليين غير الصناعيين، الذين تتجلى الملكية بالنسبة لهم كمستهلك. يجعل الاقتصاديون الأمر مهمًا، لذلك، الآن - ولو في لحظات من
الاستثناء، أي عندما يهاجمون أي إساءة معينة - ظهور البشر في العلاقات الاقتصادية، الآن - وهذه هي القاعدة العامة - فهم يتصورون هذه العلاقات بالطريقة التي تختلف بها علنا وعلنا عن الإنسان، أي بمعنىهم الاقتصادي الصارم. في هذا التناقض يتجولون في الأرجاء، فاقدين للوعي.
(ماركس و إنجلز). العائلة المقدسة)
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