Palestinian Women Are a Source of Terror for Zionists
As mulheres palestinas são fonte de terror para os sionistas
15/01/2025 |
Maryam Abu Daqqa
Minha história é a mesma de muitas mulheres palestinas. Fiquei exilada por 30 anos. Não podia entrar no meu país, mas, fora dele, passei a lutar inclusive na resistência armada. Fui comandante de um grupo de resistência armado no Líbano. Na Líbia, no Iraque, na Síria, e em todos os lugares onde há campos de refugiados palestinos, não podemos ter uma vida normal. Em todos os países para onde vamos não temos a possibilidade de viver e ter estabilidade. São outros países, com outras culturas, outros contextos.
Minha reação natural foi a de seguir lutando. O que me restava de esperança era não morrer fora da Palestina, não ser enterrada fora de lá. Ainda fiquei presa por cinco anos. Quando me levaram para a prisão, eu estava brincando na rua, era uma menina. Eles me fizeram algumas perguntas. Eu tinha escrito algumas frases de solidariedade em um pedaço de papel. Quando me perguntaram sobre essas declarações, lhes disse: “não sei, não sei de nada”. Minha mãe me dizia: “Se eles conseguirem te fazer falar, você não será mais minha filha, nunca terá sido”. Foram essas as palavras que soaram em meus ouvidos e me fizeram forte.
Fui julgada em um tribunal militar. Tinha quinze anos, deveria estar na escola, deveria estar brincando com as outras meninas. Mas, naquele momento, precisei ter mais do que 15 anos. Sempre dizemos que nascemos mais velhos, já nascemos grandes. Nascemos mais velhos porque, desde criança, a tragédia e o desastre fazem parte da nossa vida.
Com essa guerra, com o genocídio, eles impõem o apartheid, o racismo. Assim, Israel tenta se livrar totalmente do povo palestino. Existem famílias inteiras que deixaram de existir em Gaza. Famílias em que não restou pai, mãe, filhos, netos, não sobrou nada nem ninguém. Essa é uma guerra mundial. Gaza é o título principal, mas a guerra em Gaza é uma guerra contra todos os povos livres no mundo. O objetivo do imperialismo, internacionalmente, sob a liderança dos Estados Unidos, é dominar o que chamamos de região árabe. Os EUA são a cabeça da cobra, o país que ateia fogo em todos os lugares.
Um povo sob ocupação e conquista deve resistir até a morte. Mas o conquistador não tem nada a dizer sobre resistência, sobre autodefesa. De que autodefesa eles poderiam falar? Infelizmente, há muita manipulação midiática em todo o mundo. Não existirá liberdade no mundo enquanto formos impedidos de ter um Estado livre. Precisamos de uma revolução cultural capaz de transmitir a narrativa verdadeira a todo o mundo, esquivando-se da manipulação que praticam os meios de comunicação controlados pelos sionistas e pelos imperialistas em várias partes do mundo. São criaturas vampirescas que chupam o sangue dos povos livres.
No mar de Gaza há muito gás natural. Um dos objetivos que pretendem alcançar com essa guerra é o controle dos recursos naturais. Os imperialistas querem varrer a Palestina do mapa e mudar totalmente as características geográficas, morfológicas, históricas e culturais do Oriente Médio, para que essa região se torne apenas uma fonte de gás e petróleo para eles.
Muitos acreditam que Israel é o país que detém a terra. Lendas e mentiras religiosas sustentam que já estavam aqui a não sei quanto tempo. Lamentavelmente, esse tipo de mito inspirou o famoso acordo entre a Inglaterra e a França de 1917, que criou o Estado sionista como um projeto colonial na Palestina. E agora dizem que são muito benquistos por Donald Trump. Ora, se o Trump quer presenteá-los, que lhes entregue Washington ou qualquer outro pedaço de terra por lá, sem pôr as mãos na terra alheia.
Não temos nada contra judeus, cristãos ou muçulmanos; somos contra a conquista. Somos contra a colonização.
Somos um povo como todos os outros povos do mundo. Temos o direito de ter um Estado independente, com a capital em Jerusalém. Gaza é uma revolução de todas e todos aqueles que são e querem ser livres, uma revolução primordial. E é por isso que, daqui de Gaza, da Palestina, queremos expressar nossa gratidão a todas e todos os companheiros de tantos lugares do mundo que nos ajudam a erguer a voz e falar.
Apreciamos muito o papel do Líbano e de outros tantos países que perderam milhares de pessoas pelo seu apoio ao povo palestino.
Mesmo que nos reste apenas uma mulher com um embrião, desse embrião nascerá a resistência contra Israel. Essa entidade artificial fabricada, esse projeto colonial chamado Estado de Israel, um dia chegará ao fim. Esse é o nosso sonho. Confiamos e acreditamos plenamente que a vitória virá.
As mulheres palestinas veem o teto cair sobre a cabeça de seus filhos e corre para a rua, onde só há aviões e escopetas. Elas não têm comida nem medicamentos para seus filhos, não têm nada. Portanto, precisamos formar uma frente feminista internacional contra o imperialismo, para apoiar as mulheres palestinas e pôr fim à guerra.
As mulheres são metade da comunidade e da sociedade. São as mulheres palestinas que parem e educam a sociedade futura. Saudações a todas as mães, a todas as mulheres e a todos os grandes líderes, Marwan Barghouti, Ahmed Saadat, entre outros, às 94 mulheres palestinas assassinadas na prisão e aos 12 mil prisioneiros palestinos que estão em solitárias nas cadeias sionistas. A luta não é feita só com armas, é feita também por meio de outras formas de resistência. Educar as crianças é uma forma de lutar, ensiná-las sobre sua identidade, para que se identifiquem como palestinas, isso também é lutar.
As mulheres palestinas são fonte de terror para os sionistas. As mulheres palestinas estão lutando em todos os campos, em todas as áreas, em todos os domínios.
A democracia e a liberdade não virão da terra ocupada. O que precisamos é paz: paz justa para todo o mundo, não uma paz baseada em dominação ou hegemonias. Nós queremos um mundo sem fascismo, sem racismo, sem conquistas e colonização. Um mundo socialista, um mundo livre, um mundo de democracia verdadeira — não uma democracia fingida, falsificada. A luta unitária e solidária de todas as mulheres e homens é a força contra o imperialismo, contra o bloco do mal, contra o fascismo.
Esse texto é uma edição da fala de Maryam Abu Daqqa durante a conferência de imprensa realizada pela Alba Movimentos em novembro de 2024.
Palestinian Women Are a Source of Terror for Zionists
15/01/2025 |
Maryam Abu Daqqa
My story is the same as that of many Palestinian women. I have been in exile for 30 years. While I could not enter my own country, I started to wage the struggle abroad, including taking part in armed resistance. I was the commander of a group of armed resistance in Lebanon. In Libya, Iraq, Syria, and anywhere where there are Palestinian refugee camps, there is no possibility of having a normal life. No matter what country we go, we don’t have the possibility of living and having stability. These are different countries, with different cultures, different contexts.
My natural reaction was to keep fighting. The hope I had left was not to die away from Palestine, not to be buried somewhere else. I was in prison for five years. When I was taken to prison, I was playing on the street, I was a girl. They asked me a few questions. I had written a few sentences of solidarity in a piece of paper. When they asked me about those statements, I said, “I don’t know, I don’t know anything.” My mom used to say, “If they make you talk, you are no longer my daughter—you will have never been.” These were the words that have resonated in my ears and have made me strong.
I was tried in a military court. I was fifteen, I was supposed to be in school, I was supposed to be playing with the other girls. But at that moment, I had to be older than 15. We always say that we are born older, we are born as grown-ups. We are born older because, since our childhood, tragedy and disaster are part of our lives.
With this war, with the genocide, they impose apartheid, racism. This way, Israel is trying to completely get rid of the Palestinian people. There are entire families that no longer exist in Gaza. Families that do not have a father, a mother, children, grandchildren left—nothing and no one is left. This is a world war. Gaza is the main title, but the war in Gaza is a war against all the free peoples of the world. Internationally, the goal of imperialism, under US leadership, is to rule what we call the Arab region. The US is the head of the snake, the country that sets everywhere on fire.
A people under occupation and domination must resist until death. But the invader has nothing to say about resistance, about self-defense. What self-defense could they talk about? Unfortunately, there is a lot of media manipulation around the world. There will be no freedom in the world as long as we are not allowed to have a free state. We need a cultural revolution that can convey the true narrative to the world, dodging the manipulation perpetrated by the media controlled by the Zionists and imperialists in several parts of the world. These are vampiric creatures that suck the blood of the free peoples.
There is a lot of natural gas in the sea of Gaza. One of the goals that they aim to achieve with this war is the control of natural resources. The imperialists want to wipe Palestine off the map and completely change geographic, morphological, historical, and cultural characteristics of the Middle East, so that this region becomes nothing but a source of oil and gas to them.
Many believe that Israel is the country that owns the land. Religious legends and lies sustain that they were already here for I don’t know how long. Sadly, this kind of myth has inspired the infamous deal between the UK and France in 1917, which created the Zionist state as a colonial project in Palestine. And now they say they are well-regarded by Donald Trump. Well, if Trump wants to offer them a gift, then give them Washington or any other piece of land over there, without meddling with other people’s land.
We don’t have anything against Jewish, Christian, or Muslim people—we are against the invasion. We are against colonization.
We are a people like all other peoples of the world. We have the right to have an independent state, with its capital in Jerusalem. Gaza is a revolution of everyone who is and wants to be free, a fundamental revolution. And this is why here, from Gaza, from Palestine, we want to express our gratitude to each and every one of our comrades from so many places around the world who have helped us raise our voice and speak up.
We greatly appreciate the role of Lebanon and so many other countries that have lost thousands of people due to their support to the Palestinian people.
Even if we only have one woman left with one embryo, from that embryo resistance will be born against Israel. This fabricated, artificial entity, this colonial project called State of Israel, will eventually come to an end. This is our dream. We fully trust and believe that victory will come.
Palestinian women see their roofs falling over their children’s heads and run to the streets, where there is nothing but aircrafts and shotguns. They have no food or medication for their children—they have nothing. Therefore, we need to establish an international feminist front against imperialism to support Palestinian women and put an end to the war.
Women are half of the community and society. It is Palestinian women who birth and educate the future society. Greetings to all mothers, to all women, and to all great leaders—Marwan Barghouti, Ahmed Sa’adat, and others—, to the 94 Palestinian women killed in prison, and to the 12,000 Palestinian prisoners who are kept in solitary confinement in Zionist prisons. The struggle is not only waged with weapons—it is also waged through other forms of resistance. Educating children is a way of struggling; teaching them about their identity, so that they identify as Palestinian—that is also a way of struggling.
Palestinian women are a source of terror for the Zionists. Palestinian women are struggling in all fields, in all areas, in all realms.
Democracy and freedom will not come from the occupied land. What we need is peace: just peace for the entire world, not peace based on domination or hegemons. We want a world with no fascism, no racism, no invasions, no colonization. A socialist world, a free world, a world of true democracy—not a fake, staged democracy. The unity- and solidarity-driven struggle of all women and men is the force against imperialism, against the block of evil, against fascism.
This is an edited version of Maryam Abu Daqqa’s speech delivered during a press conference held by ALBA Movements in November 2024.
المرأة الفلسطينية مصدرتخويف للصهاينة
15/01/2025 |
مريم أبو دقة
تقول الرفيقة مريم ابو دقة:
"قصتي هي نفس قصة العديد من النساء الفلسطينيات. أنا في المنفى منذ 30 عامًا. وبينما لم أستطع دخول بلدي، بدأت في خوض النضال في الخارج، بما في ذلك المشاركة في المقاومة المسلحة. كنت قائدة لمجموعة من المقاومة المسلحة في لبنان. في ليبيا والعراق وسوريا وأي مكان يوجد به مخيمات للاجئين الفلسطينيين، لا توجد إمكانية لحياة طبيعية. بغض النظر عن البلد الذي نذهب إليه، ليس لدينا إمكانية العيش والاستقرار. هذه بلدان مختلفة، بثقافات مختلفة، وسياقات مختلفة.
كان رد فعلي الطبيعي هو الاستمرار في القتال. كان الأمل الذي بقي لي هو ألا أموت بعيدًا عن فلسطين، وألا أدفن في مكان آخر. أمضيت خمس سنوات في السجن. عندما تم نقلي إلى السجن، كنت ألعب في الشارع، كنت فتاة. سألوني بعض الأسئلة. كنت قد كتبت بضع جمل تضامن على قطعة من الورق. عندما سألوني عن هذه التصريحات، قلت: "لا أعرف، لا أعرف أي شيء". كانت أمي تقول لي: "إذا جعلوك تتحدثين، فلن تكوني ابنتي بعد الآن - لن تكوني ابنتي أبدًا". كانت هذه الكلمات تتردد في أذني وتجعلني قوية.
تمت محاكمتي في محكمة عسكرية. كنت في الخامسة عشرة من عمري، وكان من المفترض أن أكون في المدرسة، وكان من المفترض أن ألعب مع الفتيات الأخريات. لكن في تلك اللحظة، كان علي أن أكون أكبر من 15 عامًا. نحن نقول دائمًا أننا ولدنا أكبر سنًا، ولدنا كبارًا. ولدنا أكبر سنًا لأنه منذ طفولتنا، أصبحت المأساة والكوارث جزءًا من حياتنا."
وعن الابادة الجماعية للشعب الفلسطيني بغزة تقول الرفيقة مريم ابو دقة:
"بهذه الحرب، بالإبادة الجماعية، يفرضون الفصل العنصري والعنصرية. بهذه الطريقة، تحاول إسرائيل التخلص تمامًا من الشعب الفلسطيني. هناك عائلات بأكملها لم تعد موجودة في غزة. عائلات ليس لديها أب أو أم أو أطفال أو أحفاد - لا شيء ولا أحد بقي. هذه حرب عالمية. غزة هو العنوان الرئيسي، لكن الحرب في غزة هي حرب ضد كل الشعوب الحرة في العالم. دوليا، هدف الإمبريالية بقيادة الولايات المتحدة هو حكم ما نسميه المنطقة العربية. الولايات المتحدة هي رأس الأفعى، الدولة التي تشعل النار في كل مكان.
الشعب تحت الاحتلال والهيمنة يجب أن يقاوم حتى الموت. لكن الغازي ليس لديه ما يقوله عن المقاومة، عن الدفاع عن النفس. عن أي دفاع عن النفس يمكنهم التحدث؟ للأسف، هناك الكثير من التلاعب الإعلامي في جميع أنحاء العالم. لن تكون هناك حرية في العالم طالما لم يُسمح لنا بالحصول على دولة حرة. نحن بحاجة إلى ثورة ثقافية يمكنها نقل الرواية الحقيقية للعالم، والتهرب من التلاعب الذي تمارسه وسائل الإعلام التي يسيطر عليها الصهاينة والإمبرياليون في عدة أجزاء من العالم. هؤلاء مخلوقات مصاصة للدماء تمتص دماء الشعوب الحرة."
وتستمرالرفيقة مريم ابو دقة في سرد الاحداث:
"هناك الكثير من الغاز الطبيعي في بحر غزة. أحد الأهداف التي يسعون إلى تحقيقها بهذه الحرب هو السيطرة على الموارد الطبيعية. يريد الإمبرياليون محو فلسطين من على الخريطة وتغيير الخصائص الجغرافية والمورفولوجية والتاريخية والثقافية للشرق الأوسط بالكامل، بحيث تصبح هذه المنطقة مصدرًا للنفط والغاز لهم.
يعتقد الكثيرون أن إسرائيل هي الدولة التي تمتلك الأرض. وتؤكد الأساطير والأكاذيب الدينية أنهم كانوا هنا بالفعل منذ فترة لا أعرفها. ومن المؤسف أن هذا النوع من الأساطير ألهم الصفقة المشينة بين المملكة المتحدة وفرنسا في عام 1917، والتي خلقت الدولة الصهيونية كمشروع استعماري في فلسطين. والآن يقولون إنهم يحظون باحترام كبير من قبل دونالد ترامب. حسنًا، إذا أراد ترامب أن يقدم لهم هدية، فعليه أن يمنحهم واشنطن أو أي قطعة أرض أخرى هناك، دون التدخل في أرض الآخرين.
ليس لدينا أي شيء ضد اليهود أو المسيحيين أو المسلمين - نحن ضد الغزو. نحن ضد الاستعمار.
نحن شعب مثل جميع شعوب العالم الأخرى. لدينا الحق في الحصول على دولة مستقلة وعاصمتها القدس. غزة ثورة كل من يريد الحرية، ثورة أساسية. ولهذا السبب، من غزة، من فلسطين، نود أن نعرب عن امتناننا لكل واحد من رفاقنا من أماكن عديدة حول العالم الذين ساعدونا على رفع صوتنا والتحدث.
إننا نقدر بشكل كبير دور لبنان والعديد من البلدان الأخرى التي فقدت الآلاف من الناس بسبب دعمها للشعب الفلسطيني.
حتى لو لم يتبق لدينا سوى امرأة واحدة بجنين واحد، فإن المقاومة ستولد من هذا الجنين ضد إسرائيل. هذا الكيان المصطنع، هذا المشروع الاستعماري المسمى دولة إسرائيل، سينتهي في نهاية المطاف. هذا هو حلمنا. نحن نثق تمامًا ونؤمن بأن النصر سيأتي.
ترى النساء الفلسطينيات أسقف منازلهن تنهار فوق رؤوس أطفالهن ويركضن إلى الشوارع، حيث لا يوجد سوى الطائرات والبنادق. ليس لديهن طعام أو دواء لأطفالهن - ليس لديهن أي شيء. هناك.
إن المرأة هي نصف المجتمع، والمرأة الفلسطينية هي التي تلد وتربي المجتمع المستقبلي. تحية لكل الأمهات، ولكل النساء، ولكل القادة العظماء ـ مروان البرغوثي، وأحمد سعدات، وغيرهما ـ وللنساء الفلسطينيات الأربع والتسعين اللواتي قتلن في السجون، وللأسيرات الفلسطينيات الـ12 ألف اللواتي يقبعن في الحبس الانفرادي في السجون الصهيونية. إن النضال لا يتم بالسلاح فقط ـ بل يتم من خلال أشكال أخرى من المقاومة. إن تعليم الأطفال هو وسيلة للنضال؛ وتعليمهم عن هويتهم، حتى يتم تعريفهم بأنهم فلسطينيون ـ هو أيضا وسيلة للنضال.
إن المرأة الفلسطينية هي مصدر إرهاب للصهاينة. إن المرأة الفلسطينية تناضل في كل المجالات، وفي كل المجالات، وفي كل المجالات.
إن الديمقراطية والحرية لن تأتيا من الأرض المحتلة. إن ما نحتاجه هو السلام: السلام العادل للعالم أجمع، وليس السلام القائم على الهيمنة أو الهيمنة. إننا نريد عالما بلا فاشية، ولا عنصرية، ولا غزوات، ولا استعمار. عالم اشتراكي، عالم حر، عالم ديمقراطي حقيقي وليس ديمقراطية مزيفة ومصطنعة. إن النضال الذي تقوده الوحدة والتضامن بين جميع النساء والرجال هو القوة ضد الإمبريالية، ضد كتلة الشر، ضد الفاشية.
هذه نسخة منقحة من خطاب مريم أبو دقة الذي ألقته خلال مؤتمر صحفي عقدته حركات ألبا في نوفمبر 2024.
La mujer palestina es fuente de terror para los sionistas
Mi historia es la misma de muchísimas mujeres palestinas. Yo estuve expatriada durante 30 años. No pude entrar, pero desde fuera fui luchando hasta la resistencia armada. Fui comandante de un grupo armado resistente en Líbano. Desde Libia, Irak, Siria y todos los sitios donde hay campos de refugiados palestinos, nosotros vivimos una vida anormal. En cada país donde nos vamos, no hay posibilidad de viviry de tener estabilidad. Son otros países, con otra cultura, otro contexto.
La reacción natural era seguir luchando. Toda mi esperanza era no morirme fuera de Palestina, no enterrarme fuera. A mí me detuvieron aún cinco años. Cuando me llevaron a la cárcel, estaba jugando en la calle como una niña. Y me hicieron algunas preguntas. En una hoja, yo había escrito algunas frases de solidaridad. Cuando me preguntaron quién hizo esta comunicación, yo les dije “no sé, yo no sé nada”. Mi madre me había dicho “si te hacen hablar, pues ya no serás mi hija, nunca serás mía”. Esas palabras de mi madre que tenía en mis oídos me hicieron muy fuerte.
Me juzgaron en un tribunal militar. Con 15 años de edad, tendría que estar en el colegio, tendría que estar en un sitio jugando con las niñas. Pero yo me hice muy mayor justo con 15 años. Siempre decimos que nosotros nacimos mayores, nacimos grandes, nacimos viejos, porque, desde pequeños, la tragedia y el desastre forman parte de la vida.
Esta guerra y el genocidio son para imponer el apartheid, el racismo y para Israel intentar deshacerse totalmente del pueblo palestino. Hay familias que desaparecieron de la existencia en Gaza. No queda, de muchas familias, ni padre, ni madre, ni hijos, ni nietos, no queda nada ni nadie. Es una guerra mundial. Gaza es el título principal, pero la guerra contra Gaza es contra todos los pueblos libres en el mundo. El objetivo del imperialismo internacional bajo el liderazgo de los Estados Unidos es de dominar lo que llamamos la región árabe. Los Estados Unidos son la cabeza de la cobra, el país que pone fuego en todas partes.
Un pueblo bajo la ocupación y la conquista tiene que resistir hacia la muerte. Pero el conquistador no tiene que hablar de resistencia, no tiene que hablar de autodefensa. ¿De qué autodefensa hablan? Desgraciadamente, hay demasiada manipulación mediática en todas partes del mundo. No habrá libertad en el mundo mientras somos impedidos de tener un Estado libre. Necesitamos tener una revolución cultural para sacar la narrativa verdadera a todo el mundo, evitando la manipulación por los medios de comunicación controlados por los sionistas y los imperialistas en muchas partes del mundo. Son drácolas que chupan la sangre de los pueblos libres.
El mar en Gaza tiene muchísimo gas natural. Uno de los retos para armar la guerra es llegar a tener control sobre recursos naturales. Los imperialistas quieren que se pierda Palestina del mapa y cambiar totalmente los rasgos geográficos, morfológicos, históricos, culturales del Oriente Medio, para que la región se vuelva solamente una fuente de gas y petróleo para los países imperialistas.
Muchos piensan que Israel es el país propietario de la tierra. Hay leyendas y mentiras religiosas de que ellos estaban aquí hace no sé cuánto. Desgraciadamente, ese mito inspiró el acuerdo famoso entre Inglaterra y Francia en 1917 para crear el Estado sionista como un royecto colonial en Palestina. Ellos ahora dicen que Trump les quiere mucho. Si Trump les quiere regalar algo, que les regale Washington, que les regale cualquier trozo de su propia tierra, que no toque a otros países.
Nosotros no estamos contra judíos, ni cristianos, ni musulmanes, pero estamos contra la conquista. Estamos contra la colonización.
Nosotros somos un pueblo como todos los pueblos del mundo. Tenemos el derecho de tener nuestro Estado independiente, con la capital en Jerusalén. Gaza es una revolución de los libres, es una revolución importante. Por eso, desde Gaza y desde Palestina agradecemos a nuestros compañeros de muchas partes del mundo que nos ayudan a levantar la voz y hablar. Apreciamos mucho el rol del Líbano y de muchos otros paises que perdieron miles de personas en su apoyo al pueblo palestino.
Aunque nos quede una sola mujer con un feto, ese feto saldrá como resistente contra Israel. Esa entidad artificial fabricada, este proyecto colonial llamado el Estado de Israel, algún día llegará a su fin. Eso es el sueño que tenemos. Y nosotros tenemos toda la confianza y toda la fe en que la victoria vendrá.
La mujer palestina ve cómo se le cae el techo sobre la cabeza de sus hijos y sale corriendo a la calle, donde hay aviones y escopetas. No tienen ni comida ni medicina para sus hijos, no tienen nada. Por lo tanto, necesitamos formar un frente internacional feminista contra el imperialismo, para apoyar a la mujer palestina y poner fin a la guerra.
La mujer es la mitad de la comunidad y de la sociedad. La mujer palestina es la que pare y enseña la sociedad futura. Yo quiero saludar a todas las madres, a todas las mujeres y a todos los grandes líderes, Marwan Barghouti, Ahmed Saadat y otros, las 94 mujeres palestinas asesinadas en la cárcel y los 12.000 presos palestinos que se encuentran en celdas solitarias dentro de las cárceles sionistas. La lucha no se hace solo por medio del arma, sino también de otras formas de resistencia. Educar a los niños es lucha, enseñarles la identidad, hacer a los niños identificarse como palestinos, eso también es pura lucha.
La mujer palestina es fuente de terror para los sionistas. La mujer palestina está luchando en todos los campos, en todas las áreas, en todos los dominios.
La democracia y la libertad no vienen de la tierra ocupada. Lo que necesitamos es paz: paz justa para todo el mundo, no una paz a base de dominios o hegemonías. Nosotros queremos un mundo sin fascismo, sin racismo, sin conquistas, sin colonización. Un mundo socialista, un mundo libre, un mundo de la democracia verdadera — no la democracia falsificada o pretendida. La lucha unitaria y solidaria de todas las mujeres y hombres es la fuerza contra el imperialismo, contra el bloque del mal, contra el fascismo.
Este texto es una edición de la ponencia de Maryam Abu Daqqa en la conferencia de prensa realizada por Alba Movimientos en noviembre de 2024.
Les femmes palestiniennes sont une source de terreur pour les sionistes
Mon histoire est la même que celle de nombreuses femmes palestiniennes. Je suis restée exilée pendant 30 ans. Je ne pouvais pas entrer dans mon pays, mais en dehors de celui-ci, j’ai commencé à me battre même dans la résistance armée. J’étais la commandante d’un groupe de résistance armée au Liban. En Libye, en Irak, en Syrie et partout où il y a des camps de réfugiés palestiniens, nous ne pouvons pas avoir une vie normale. Dans tous les pays où nous allons, nous n’avons pas la possibilité de vivre et d’avoir la stabilité. Ce sont d’autres pays, avec d’autres cultures, d’autres contextes.
Ma réaction naturelle a été de continuer à me battre. Mon seul espoir était de ne pas mourir en dehors de la Palestine, de ne pas être enterrée à l’étranger. Je suis restée en prison pendant cinq ans. Quand ils m’ont emmenée en prison, je jouais dans la rue, j’étais une gamine. Ils m’ont posé quelques questions. J’avais écrit quelques phrases de solidarité sur un bout de papier. Quand ils m’ont interrogée sur ces déclarations, j’ai dit : « Je ne sais pas, je ne sais rien. » Ma mère me disait : « S’ils peuvent te faire parler, tu ne seras plus ma fille, tu ne l’as jamais été ». Ce sont les mots qui ont sonné à mes oreilles et qui m’ont rendu forte.
J’ai été jugée par un tribunal militaire. J’avais quinze ans, je devais être à l’école, je devais jouer avec les autres filles. Mais à cette époque, j’avais besoin d’avoir plus de 15 ans. Nous disons toujours que nous sommes nés plus vieux, nous sommes déjà nés grands. Nous naissons plus vieux parce que, depuis l’enfance, la tragédie et le désastre font partie de notre vie.
Avec cette guerre, avec le génocide, ils imposent l’apartheid, le racisme. Ainsi, Israël essaie de se débarrasser complètement du peuple palestinien. Il y a des familles entières qui n’existent plus à Gaza. Des familles dans lesquelles il n’y plus ni père, ni mère, ni enfants, ni petits-enfants, plus rien ni personne. C’est une guerre mondiale. Gaza est le titre principal, mais la guerre à Gaza est une guerre contre tous les peuples libres du monde. Le but de l’impérialisme, au niveau international, sous la direction des États-Unis, est de dominer ce que nous appelons la région arabe. Les États-Unis sont la tête du serpent, le pays qui met le feu partout.
Un peuple sous occupation et invasion doit résister jusqu’à la mort. Mais le conquérant n’a rien à dire sur la résistance, sur l’autodéfense. De quelle légitime défense pourrait-il parler ? Malheureusement, il y a beaucoup de manipulations médiatiques à travers le monde. Il n’y aura pas de liberté dans le monde tant qu’on nous empêchera d’avoir un État libre. Nous avons besoin d’une révolution culturelle capable de transmettre le vrai récit au monde entier, en évitant la manipulation pratiquée par les médias sionistes et impérialistes dans diverses parties du monde. Ce sont des créatures vampires qui sucent le sang des peuples libres.
Dans la mer de Gaza, il y a beaucoup de gaz naturel. L’un des objectifs qu’ils entendent atteindre avec cette guerre est le contrôle des ressources naturelles. Les impérialistes veulent rayer la Palestine de la carte et changer complètement les caractéristiques géographiques, morphologiques, historiques et culturelles du Moyen-Orient, de sorte que cette région ne devienne pour eux qu’une source de gaz et de pétrole.
Beaucoup croient qu’Israël est le pays qui possède la terre. Les légendes religieuses et les mensonges soutiennent qu’ils étaient là depuis je ne sais plus combien de temps. Malheureusement, ce genre de mythe a inspiré le fameux accord entre l’Angleterre et la France de 1917, qui a créé l’État sioniste en tant que projet colonial en Palestine. Et maintenant, ils disent qu’ils sont très appréciés par Donald Trump. Eh bien, si Trump veut leur offrir un cadeau, qu’il leur offre Washington ou n’importe quel autre terrain là-bas, sans toucher aux terres d’autrui.
Nous n’avons rien contre les Juifs, les chrétiens ou les Musulmans ; nous sommes contre la conquête. Nous sommes contre la colonisation.
Nous sommes un peuple comme tous les autres peuples du monde. Nous avons le droit d’avoir un État indépendant avec sa capitale à Jérusalem. Gaza est une révolution de tous ceux qui sont et veulent être libres, une révolution primordiale. Et c’est pourquoi, d’ici à Gaza, de Palestine, nous voulons exprimer notre gratitude à tous et toutes les camarades de tant d’endroits dans le monde qui nous aident à élever la voix et à nous exprimer.
Nous apprécions grandement le rôle du Liban et de tant d’autres pays qui ont perdu des milliers de personnes pour leur soutien au peuple palestinien.
Même s’il ne nous reste qu’une seule femme avec un embryon, de cet embryon naîtra une résistance contre Israël. Cette entité artificielle fabriquée, ce projet colonial appelé l’État d’Israël, prendra un jour fin. C’est notre rêve. Nous avons confiance et croyons pleinement que la victoire viendra.
Les femmes palestiniennes voient le toit tomber sur la tête de leurs enfants et courent dans la rue, où il n’y a que des avions et des fusils de chasse. Elles n’ont ni nourriture ni médicaments pour leurs enfants, elles n’ont rien. Par conséquent, nous devons former un front féministe international contre l’impérialisme, soutenir les femmes palestiniennes et mettre fin à la guerre.
Les femmes représentent la moitié de la communauté et de la société. Ce sont les femmes palestiniennes qui accouchent et éduquent la société future. Salutations à toutes les mères, à toutes les femmes et à tous les grands dirigeants, Marwan Barghouti, Ahmed Saadat, entre autres, aux 94 femmes palestiniennes assassinées en prison et aux 12 000 prisonniers palestiniens qui sont à l’isolement dans les prisons sionistes. La lutte ne se fait pas seulement avec des armes, elle se fait aussi à travers d’autres formes de résistance. Éduquer les enfants est une façon de se battre, de leur apprendre leur identité, afin qu’ils s’identifient en tant que Palestiniens.
Les femmes palestiniennes sont une source de terreur pour les sionistes. Les femmes palestiniennes se battent dans tous les secteurs, dans tous les domaines, dans toutes les sphères.
La démocratie et la liberté ne viendront pas de la terre occupée. Ce dont nous avons besoin, c’est de paix : une paix juste pour le monde entier, pas une paix basée sur la domination ou les hégémonies. Nous voulons un monde sans fascisme, sans racisme, sans conquête et colonisation. Un monde socialiste, un monde libre, un monde de vraie démocratie — non pas une fausse démocratie. La lutte unie et solidaire de toutes les femmes et de tous les hommes est la force contre l’impérialisme, contre le bloc maléfique, contre le fascisme.
Ce texte est une édition du discours de Maryam Abu Daqqa lors de la conférence de presse tenue par Alba mouvements en novembre 2024.
عن موقع https://capiremov.org/
ليست هناك تعليقات:
إرسال تعليق