Genocídio em Gaza e na Palestina Ocupada *Sameer Mnassri
Genocídio em Gaza e na Palestina Ocupada
Sameer Mnassri
Genocídio em Gaza e na Palestina Ocupada: A comida como arma, a cumplicidade imperialista e a resistência armada como caminho para a liberdade
Introdução:
A causa palestina continua a ser uma das questões morais e políticas mais urgentes do nosso tempo. Com a agressão contínua contra Gaza, especialmente desde outubro de 2023, testemunhamos uma política sistemática de genocídio perpetrada pelas autoridades de ocupação sionistas contra a população palestina. Esta política utiliza múltiplas ferramentas—principalmente a fome, o cerco e a destruição total da infraestrutura civil—acompanhada de silêncio internacional ou apoio explícito do Ocidente. Isso levanta questões fundamentais sobre a dupla moral no discurso ocidental de direitos humanos e traz de volta à tona a legitimidade da resistência armada como meio de libertação nacional.
1. Características do genocídio em Gaza:
A Convenção das Nações Unidas para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio (1948) define genocídio não apenas como o assassinato direto, mas também como “infligir deliberadamente condições de vida calculadas para provocar a destruição física total ou parcial de um grupo.” Em Gaza, esses elementos são evidentes em:
-
Alvo indiscriminado contra civis, incluindo crianças e mulheres, e bombardeios a escolas, hospitais e campos de refugiados.
-
Corte de suprimentos vitais de água, eletricidade, medicamentos e alimentos, transformando Gaza em uma “prisão a céu aberto,” segundo relatórios da ONU.
-
Bloqueio da ajuda humanitária e obstrução do trabalho de organizações internacionais.
Relatórios da Human Rights Watch e da Amnistia Internacional confirmam que essas políticas correspondem aos critérios de genocídio e crimes de guerra.
2. A comida como arma de genocídio:
Desde a imposição do bloqueio a Gaza em 2007, o controle sobre os alimentos tornou-se uma arma política. Vazamentos israelenses documentaram que a ocupação estabeleceu “limites calóricos” para os alimentos permitidos em Gaza—uma política conhecida como “fome controlada.”
Com o início da última guerra, a ocupação deu passos sem precedentes, anunciando o corte total de água, eletricidade e combustível, e bloqueando os comboios humanitários. O Diretor Executivo do Programa Mundial de Alimentos descreveu a situação em Gaza como uma “catástrofe humanitária provocada pelo homem.”
Assim, a comida transforma-se em uma arma estratégica de extermínio silencioso, utilizando o sofrimento como meio para subjugar ou deslocar forçosamente a população.
3. O Ocidente imperialista como ator cúmplice:
A cumplicidade ocidental manifesta-se em três níveis:
-
Apoio militar e político:
Os Estados Unidos fornecem mais de 3,8 bilhões de dólares anuais em ajuda militar a Israel, incluindo armas usadas contra civis, e bloquearam repetidamente resoluções da ONU que exigiam cessar-fogo ou investigações sobre crimes de guerra. -
Dupla moral:
Enquanto se defendem com vigor os direitos humanos na Ucrânia ou em Hong Kong, os crimes na Palestina são ignorados ou justificados sob a retórica de “combate ao terrorismo.” -
A máquina midiática ocidental:
Cumpre um papel normalizador e desinformador, com um discurso que equipara o carrasco à vítima e ignora o contexto colonial e de ocupação do conflito.
Essa cumplicidade faz do Ocidente não apenas um parceiro silencioso, mas um participante ativo do crime por meio do seu patrocínio político e militar.
4. A resistência armada como meio de libertação:
Diante dessas condições coloniais e da agressão contínua, a questão da legitimidade da resistência armada retorna ao centro do debate. O direito internacional humanitário considera legítima a luta armada contra a ocupação colonial, especialmente em defesa própria ou como resposta a genocídio.
A Resolução 37/43 (1982) da Assembleia Geral da ONU afirma o direito dos povos sob dominação colonial de lutar por todos os meios, incluindo a luta armada.
A resistência palestina hoje não é apenas uma reação à agressão, mas uma necessidade existencial para sobreviver diante de um projeto colonial de colonos que visa apagar a existência palestina.
Conclusão:
O que acontece em Gaza não é apenas uma “guerra,” mas um genocídio completo, que utiliza ferramentas não convencionais como alimentos e medicamentos como armas. O Ocidente, através de sua cumplicidade e apoio a Israel, está do lado errado da história. Em contrapartida, a resistência—em todas as suas formas—permanece uma expressão legítima da vontade de um povo de se libertar de mais de setenta anos de colonialismo. Restituir a imagem do palestino como vítima, e não como “terrorista,” começa com a desconstrução da narrativa imperialista e o reconhecimento da legitimidade de sua luta.
Partido Comunista dos Trabalhadores da Tunísia
**ابادة جماعية في غزة وفلسطين المحتلة **سمير منصري
Sameer Mnassri.
Genocide in Gaza and Occupied Palestine
Sameer Mnassri
Genocide in Gaza and Occupied Palestine: Food as a Weapon, Imperialist Complicity, and Armed Resistance as a Path to Freedom
Introduction:
The Palestinian cause remains one of the most pressing moral and political issues of our time. With the ongoing aggression against Gaza, especially since October 2023, we witness a systematic policy of genocide perpetrated by the Zionist occupation authorities against the Palestinian population. This policy employs multiple tools—most notably starvation, siege, and the total destruction of civilian infrastructure—accompanied by international silence or explicit Western support. This raises fundamental questions about the moral double standards in Western human rights discourse and brings back to the forefront the legitimacy of armed resistance as a means of national liberation.
1. Features of Genocide in Gaza:
The 1948 United Nations Convention on the Prevention and Punishment of the Crime of Genocide defines genocide not only as direct killing but also as “deliberately inflicting conditions of life calculated to bring about the physical destruction in whole or in part of a group.” In Gaza, these elements are evident in:
Indiscriminate targeting of civilians, including children and women, and the bombing of schools, hospitals, and refugee camps.
Cutting off vital supplies of water, electricity, medicine, and food, turning Gaza into an “open-air prison,” according to UN reports.
Blocking humanitarian aid and obstructing the work of international organizations.
Reports from Human Rights Watch and Amnesty International confirm that these policies meet the criteria for genocide and war crimes.
2. Food as a Weapon of Genocide:
Since the imposition of the blockade on Gaza in 2007, control over food has become a political weapon. Israeli leaks have documented that the occupation set “caloric limits” on the food allowed into Gaza—a policy known as “controlled starvation.”
With the outbreak of the latest war, the occupation took unprecedented steps, announcing a complete cut of water, electricity, and fuel, and blocking humanitarian convoys. The Executive Director of the World Food Programme described the situation in Gaza as a “man-made humanitarian catastrophe.”
Thus, food becomes a strategic weapon of silent extermination, using suffering as a means to subjugate or forcibly displace the population.
3. Imperialist West as a Complicit Actor:
Western complicity manifests on three levels:
Military and political support:
The United States provides over $3.8 billion in annual military aid to Israel, including weapons used against civilians, and has repeatedly blocked UN resolutions calling for ceasefire or investigations into war crimes.Moral double standards:
While human rights are loudly defended in Ukraine or Hong Kong, crimes in Palestine are ignored or justified under the rhetoric of “fighting terrorism.”Western media apparatus:
Plays a normalizing and misleading role, framing narratives that equate the oppressor and the victim, and ignoring the colonial and occupation context of the conflict.
This complicity makes the West not merely a silent partner but an active participant in the crime through political and military sponsorship.
4. Armed Resistance as a Means of Liberation:
Under these colonial and aggressive conditions, the question of the legitimacy of armed resistance returns to the forefront. International humanitarian law considers armed struggle against colonial occupation legitimate, especially in self-defense or in response to genocide.
UN General Assembly Resolution 37/43 (1982) affirms the right of peoples under colonial domination to struggle by all means, including armed struggle.
Palestinian resistance today is not merely a reaction to aggression but an existential necessity for survival in the face of a settler-colonial project aimed at erasing Palestinian existence.
Conclusion:
What is happening in Gaza is not just a “war” but a full-fledged genocide, using unconventional tools like food and medicine as weapons. The West, through its complicity and support for Israel, stands on the wrong side of history. In contrast, resistance—in all its forms—remains a legitimate expression of a people’s will to free themselves from more than seventy years of colonialism. Restoring the Palestinian as a victim, not a “terrorist,” begins with dismantling the imperialist narrative and recognizing the legitimacy of their struggle.
Tunisian Workers’ Communist Party
Genocidio en Gaza y Palestina Ocupada
Sameer Mnassri
Genocidio en Gaza y Palestina Ocupada: El alimento como arma, la complicidad imperialista y la resistencia armada como camino hacia la libertad
Introducción:
La causa palestina sigue siendo una de las cuestiones morales y políticas más urgentes de nuestro tiempo. Con la agresión continua contra Gaza, especialmente desde octubre de 2023, presenciamos una política sistemática de genocidio llevada a cabo por las autoridades de ocupación sionistas contra la población palestina. Esta política utiliza múltiples herramientas—en especial el hambre, el asedio y la destrucción total de la infraestructura civil—acompañada de un silencio internacional o de un apoyo occidental explícito. Esto plantea preguntas fundamentales sobre la doble moral en el discurso occidental de derechos humanos y devuelve a primer plano la legitimidad de la resistencia armada como medio de liberación nacional.
1. Rasgos del genocidio en Gaza:
La Convención de las Naciones Unidas para la Prevención y la Sanción del Delito de Genocidio (1948) define el genocidio no solo como el asesinato directo, sino también como “la imposición deliberada de condiciones de vida destinadas a provocar la destrucción física total o parcial de un grupo.” En Gaza, estos elementos se evidencian en:
Ataques indiscriminados contra civiles, incluidos niños y mujeres, y bombardeos a escuelas, hospitales y campamentos de refugiados.
Corte de suministros vitales como agua, electricidad, medicinas y alimentos, convirtiendo Gaza en una “prisión a cielo abierto”, según informes de la ONU.
Bloqueo de la ayuda humanitaria y obstrucción del trabajo de organizaciones internacionales.
Informes de Human Rights Watch y Amnistía Internacional confirman que estas políticas cumplen los criterios de genocidio y crímenes de guerra.
2. El alimento como arma de genocidio:
Desde la imposición del bloqueo en 2007, el control sobre los alimentos se ha convertido en un arma política. Filtraciones israelíes han documentado que la ocupación fijó “límites calóricos” para los alimentos permitidos en Gaza—una política conocida como “hambre controlada.”
Con el estallido de la última guerra, la ocupación dio pasos sin precedentes, anunciando un corte total de agua, electricidad y combustible, y bloqueando los convoyes humanitarios. El Director Ejecutivo del Programa Mundial de Alimentos calificó la situación en Gaza como una “catástrofe humanitaria provocada por el hombre.”
Así, el alimento se convierte en un arma estratégica de exterminio silencioso, utilizando el sufrimiento como medio para someter o desplazar forzosamente a la población.
3. Occidente imperialista como actor cómplice:
La complicidad occidental se manifiesta en tres niveles:
Apoyo militar y político:
Estados Unidos proporciona más de 3.800 millones de dólares anuales en ayuda militar a Israel, incluyendo armas utilizadas contra civiles, y ha bloqueado repetidamente resoluciones de la ONU que pedían un alto el fuego o investigaciones sobre crímenes de guerra.Doble moral:
Mientras se defienden con vehemencia los derechos humanos en Ucrania o Hong Kong, los crímenes en Palestina son ignorados o justificados bajo la retórica de la “lucha contra el terrorismo.”Sistema mediático occidental:
Desempeña un papel normalizador y desinformador, con un discurso que equipara al verdugo con la víctima, ignorando el contexto colonial y de ocupación del conflicto.
Esta complicidad convierte a Occidente no solo en socio silencioso, sino en participante activo del crimen a través de su patrocinio político y militar.
4. La resistencia armada como medio de liberación:
En estas condiciones coloniales y de agresión, la cuestión de la legitimidad de la resistencia armada vuelve al primer plano. El derecho internacional humanitario considera legítima la lucha armada contra la ocupación colonial, especialmente en defensa propia o como respuesta al genocidio.
La Resolución 37/43 (1982) de la Asamblea General de la ONU afirma el derecho de los pueblos bajo dominación colonial a luchar por todos los medios, incluida la lucha armada.
La resistencia palestina hoy no es solo una reacción a la agresión, sino una necesidad existencial para sobrevivir frente a un proyecto colonial de asentamiento que busca borrar la existencia palestina.
Conclusión:
Lo que ocurre en Gaza no es solo una “guerra,” sino un genocidio en toda regla, que utiliza herramientas no convencionales como los alimentos y medicinas como armas. Occidente, con su complicidad y apoyo a Israel, está en el lado equivocado de la historia. En cambio, la resistencia—en todas sus formas—sigue siendo una expresión legítima de la voluntad de un pueblo por liberarse de más de setenta años de colonialismo. Restituir la imagen del palestino como víctima, y no como “terrorista,” empieza por desmontar la narrativa imperialista y reconocer la legitimidad de su lucha.
Partido Comunista de los Trabajadores de Túnez
ليست هناك تعليقات:
إرسال تعليق